Historinha junina, de Cely Naomi Uematsu.
Todos os anos, as festas juninas preenchem o nosso ambiente. Mesmo que, hoje, em muitos lugares os festejos de São João possuam um caráter mais comercial, misteriosamente, a alegria nessa época ainda é genuína – principalmente nas crianças.
E por quê? Ora… Não sabemos! Apenas sentimos! E, falando em sentir, eis aqui uma historinha bem singela para ser contada aos pequeninos e pequeninas de toda a Terra: as verdadeiras estrelinhas que brilham e trazem luz ao nosso planeta.
Era uma vez, numa noite bem fria, as estrelas estavam empolgadas.
Era noite de São João e elas adoravam quando os seres humanos acendiam fogueiras para cantarem, dançarem e festejarem essa data, como faziam em todos os anos.
As estrelas iam de um lado para o outro do planeta para apreciarem as belas e quentes fogueiras de São João. Mas, nessa noite, quando todas as fogueiras já estavam apagadas e os seres humanos já estavam dormindo, as estrelas perceberam que, bem no meio de uma grande floresta, ainda havia uma fogueirinha acesa.
Seria uma última festa de São João, bem no meio da mata? Seriam os animais, que resolveram, por si mesmos, acenderem um foguinho para homenagearem a São João?
Não, não era a fogueira de uma festa. Era o fogo aceso por um caminhante, um andarilho errante buscando abrigo sob as árvores e calor junto das chamas da sua fogueira.
É verdade que esse caminhante não se lembrava do dia em que estava, pois, no mundo, muitas datas importantes são esquecidas por quem o percorre. Então, por gostar das estrelas, o caminhante deitou-se sobre a relva aquecida pelo seu fogo e ficou olhando para elas.
De repente, ele reparou que uma estrelinha corria de um canto do céu para outro canto, bem depressa. E mais outra. E mais outra. E mais outra! Muitas estrelas estavam fazendo um movimento estranho e muito alegre, nesse dia, como se fizessem parte de uma verdadeira chuva de meteoros iluminando o céu escuro.
O caminhante não entendia nada sobre os mistérios do mundo (nem sobre as estrelas), ele apenas sorriu, reforçou a proteção em volta da fogueira para que as chamas não fugissem enquanto dormia, colocou mais lenha em sua fogueira, e adormeceu profundamente.
As estrelinhas foram chegando perto. Mais perto… Mais perto… Bem pertinho!
O caminhante dormia profundamente e, por isso, sonhando, ele as viu: ele se viu rodeado por todas as estrelas do Céu!
No dia seguinte, o caminhante acordou refeito e muito feliz. Ele atribuía isso ao que chamou de “sonho maravilhoso!”
Ele nunca soube a verdadeira razão disso, mas, depois que as estrelinhas brilharam a sua volta na noite de São João, o caminhante jamais deixou de tê-las brilhando dentro de seu coração. Ele se tornou um grande contador de histórias e espalhou calor e alegria para todos, por toda a sua vida.



